Uma das lições que aprendi com minha mãe – dessas que se aprendem pelo gesto, sem que seja necessário que alguém faça grande ou nenhuma preleção sobre o assunto – foi a de colocar flores sobre a mesa.
Minha mãe sempre gostou de plantas e as cultivou. Por isso esteve sempre cercada de flores, especialmente orquídeas, rosas e hortênsias. Meu pai gostava de rosas (sobretudo daquelas de cor vermelha beeeem escura, conhecidas como “Príncipe Negro”) e por isso as plantava. Com o tempo minha mãe aprendeu e assumiu a tarefa de podá-las e replantá-las, o que ainda hoje faz, decifrando épocas e luas.
Em razão disso, mesmo em épocas difíceis, de desemprego, perda e dor, sempre houve flores sobre a mesa de meus pais.
Não é de estranhar, portanto, que eu associe flores sobre a mesa com aconchego, cuidado, alegria. Quando a tristeza me assalta (e não tenho flores em casa) saio para comprá-las ou ligo para a floricultura e peço que me enviem, ou colho uma braçada de manjericão (ou hortelã), coloco num vaso e deixo que as folhinhas cheirosas perfumem minha casa.
Devo ter pelo menos uns 3 arranjos de flores artificiais – e gosto deles por mais que essas flores sejam criticadas – mas as naturais alegram meu coração.
Essa alegria, bem como o gesto de colocar flores sobre a mesa, sejam quais forem as circunstâncias, é o que desejo para mim e para você no próximo ano.
Feliz 2016!
Beijo&Carinho,